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As exportações brasileiras de ovos, incluindo produtos in natura e processados, registraram crescimento expressivo em abril de 2025, atingindo 4,3 mil toneladas, um salto de 271% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas 1,17 mil toneladas. Os dados, divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), revelam um movimento de retomada e diversificação dos mercados, com destaque para os Estados Unidos e o Japão.
Em termos de receita, os embarques de abril renderam US$ 10,57 milhões, valor 252,9% superior aos US$ 2,99 milhões registrados em abril de 2024. O resultado reflete não apenas o aumento no volume exportado, mas também a valorização do produto brasileiro em mercados estratégicos, especialmente aqueles que exigem elevados padrões de qualidade e rastreabilidade.
Resultados acumulados reforçam tendência de crescimento
O desempenho positivo de abril contribuiu para que o acumulado do quadrimestre de 2025 alcançasse 13 mil toneladas, número 133,8% superior ao registrado nos primeiros quatro meses de 2024, que totalizou 5,5 mil toneladas. Em receita, o avanço também foi expressivo: os embarques geraram US$ 28,3 milhões, alta de 152,6% em relação aos US$ 11,2 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
Segundo a ABPA, esses números indicam uma retomada consistente do setor de ovos no mercado internacional, impulsionada pela abertura e consolidação de novos fluxos comerciais. “Estamos observando uma recomposição estratégica da pauta exportadora. Os embarques estão mais diversificados e com presença em mercados que demandam produtos com alto padrão de qualidade, abrindo caminho para a consolidação de fluxos duradouros”, afirma Ricardo Santin, presidente da associação.
Estados Unidos lideram importações; Japão e México ganham destaque
Entre os principais destinos das exportações brasileiras de ovos em abril, os Estados Unidos lideram com folga. O país importou 2,8 mil toneladas, com receita total de US$ 6,3 milhões, consolidando-se como o principal parceiro comercial do Brasil nesse segmento.
O Japão também apresentou crescimento expressivo, com aumento de 298,9% no volume importado em relação a abril de 2024. Foram embarcadas 371 toneladas para o país asiático, com receita de US$ 777 mil, alta de 299,7% na comparação anual.
Outro destaque do mês foi o México, que voltou a figurar entre os principais compradores de ovos brasileiros, com a importação de 242 toneladas. A retomada das relações comerciais com o país latino reforça a tendência de expansão geográfica dos embarques.
Outros mercados e diversificação da pauta exportadora
Além dos mercados tradicionais, outros países também contribuíram para o crescimento das exportações em abril. O Chile, embora tenha apresentado retração de 11,7% no volume importado (638 toneladas) e de 8,4% na receita (US$ 1,58 milhão), ainda figura como um destino relevante.
O Uruguai importou 83 toneladas (+18,6%), gerando receita de US$ 406 mil (+61,6%). A União Europeia, por sua vez, recebeu 22 toneladas (+64%), com receita de US$ 30 mil, embora esse valor represente queda de 21,6% frente ao mesmo mês de 2024.
Na África, a Libéria importou 15 toneladas (+36,7%), com receita de US$ 40 mil (+51,9%). Ilhas Marshall e Aruba também integraram a lista de destinos do mês, evidenciando a ampliação do alcance internacional dos produtos brasileiros.
Perspectivas para o setor: consolidação e novos acordos comerciais
Com a valorização do produto brasileiro no exterior e a capacidade da indústria nacional de atender aos padrões sanitários exigidos pelos mercados mais exigentes, a expectativa é de que as exportações de ovos mantenham o ritmo de crescimento nos próximos meses.
A diversificação de destinos, aliada à ampliação da capacidade produtiva e à melhora na logística de exportação, fortalece a competitividade do Brasil no setor. A ABPA projeta a consolidação de fluxos comerciais já iniciados e a abertura de novos mercados ao longo de 2025, consolidando o país como um dos principais exportadores globais de ovos.